Brasília – O presidente Michel Temer sinalizou nesta quarta-feira que o governo pode antecipar para este ano o novo teto de 1,5 milhão de reais para financiamento de imóveis com uso de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Trabalho (FGTS), afirmou José Carlos Rodrigues, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
“O próprio presidente que vai tomar medidas imediatas para que isso possa acontecer”, afirmou Rodrigues a repórteres, após reunião com Temer e integrantes da equipe econômica.
“Ele vai provocar o CMN (Conselho Monetário Nacional) para se pronunciar e ver se é possível antecipar essa medida”, acrescentou ele, afirmando que o presidente não deu um prazo para a mudança, mas indicou que ocorreria “o quanto antes possível”.
Na semana passada, o governo anunciou medidas para incentivar a concessão de crédito imobiliário no país, entre elas a ampliação do limite de valor de avaliação do imóvel financiado no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
Quem compra imóveis pelo SFH pode usar recursos do FGTS para amortizar o saldo. Hoje, o teto para o financiamento é de 950 mil reais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal e de 800 mil reais nos demais Estados.
Pela regra aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o novo limite de 1,5 milhão de reais seria aplicado em todo país a partir de janeiro de 2019.
Na avaliação de Rodrigues, a antecipação da vigência da medida para este ano dá um impulso extra a um setor que é intensivo em mão de obra e que sofreu com o efeito da recessão econômica.
“Isso é bom porque você consegue botar clientes para comprar imóvel que, sem o Fundo de Garantia, não fecha a conta”, disse. Ele acrescentou que foi chamado para a reunião pelo governo justamente para debates medidas que poderiam ajudar o setor a gerar empregos.
O presidente da CBIC esclareceu ainda que a antecipação foi discutida apenas para o novo teto de imóvel financiável com FGTS, não se estendendo a outras medidas também anunciadas pelo Banco Central para 2019, como a maior liberdade para o direcionamento dos recursos captados em poupança para operações de financiamento imobiliário.