(Valor Econômico – Empresas – 01/03/2019)
Chiara Quintão
A MRV Engenharia - maior incorporadora do país - avalia que será possível ter expansão de dois dígitos em lançamentos, vendas e receita neste ano. Caso esses indicadores cresçam assim como o esperado e o lucro líquido da companhia aumente, será possível elevar também o retorno do patrimônio (ROE). A incorporadora começa 2019 com alvará obtido para 26 mil unidades a serem lançadas durante o ano, ante 16 mil no início de 2018.
Segundo Rafael Menin, copresidente da MRV, a empresa tem apenas 12% de participação do mercado nacional de imóveis econômicos, o que aponta potencial de crescimento. Há expectativa de bom desempenho de lançamentos e vendas no primeiro trimestre e de normalização dos repasses das unidades enquadradas no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida em março, conforme Menin.
Em 2018, a MRV lançou 44.515 e vendeu 44.692 unidades. A companhia espera chegar, no prazo de dois a três anos, ao patamar de lançamentos e vendas de 60 mil unidades - 50 mil no Minha Casa, Minha Vida e 10 mil com financiamento por recursos da poupança. Os números não incluem as unidades da plataforma de locação Luggo. "Nosso cliente pode comprar uma unidade de R$ 150 mil ou R$ 250 mil, ou ainda alugar um apartamento", diz o copresidente da MRV.
Nos próximos dias, a incorporadora vai assinar parceria de financiamento na planta para imóveis econômicos com o Banco Inter. Acordo semelhante com o Bradesco está em fase final de finalização, e já há parceria com o Santander e com a Caixa Econômica Federal.
No acumulado de 2018, o lucro líquido da MRV cresceu 5,6%, para R$ 690 milhões. A receita líquida aumentou 13,8%, para R$ 5,419 bilhões. A margem bruta ficou em 33,2%, ante os 33,9% de 2017. No ano passado, a MRV teve seu melhor resultado operacional - considerando-se a participação dos sócios nos empreendimentos, os lançamentos chegaram a R$ 7,029 bilhões, e as vendas, a R$ 6,74 bilhões.
A MRV encerrou 2018 com retorno sobre patrimônio (ROE) anualizado de 16,5%, superior aos 13% de um ano antes. Foi o maior ROE desde 2011. A melhora do indicador resultou, segundo o copresidente, além do aumento do lucro líquido, da redução de R$ 1 bilhão do patrimônio líquido resultante da cisão da Log Commercial Properties.
Em 2018, a MRV gerou caixa de R$ 469 milhões, com alta de 24,1% na comparação anual. No fim de dezembro, a alavancagem da companhia medida por dívida líquida sobre patrimônio líquido era de 8,9%.
No quarto trimestre, o lucro líquido da MRV aumentou 5,68%, na comparação anual, para R$ 191 milhões. A receita cresceu 10,8%, para o recorde de R$ 1,521 bilhão. "É um trimestre a ser comemorado", diz Menin.
O lucro da incorporadora ficou 10,2% acima da média das projeções de Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA, J.P. Morgan e Morgan Stanley, que era de R$ 173,3 milhões, enquanto a receita superou em 6,67% a média estimada de R$ 1,426 bilhão. A margem bruta da companhia caiu de 33,7%, no quarto trimestre de 2017, para 32,8%.