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Foco em linhas mais rentáveis impulsiona lucro dos bancos

29/10/2019 / Categorias Mercado imobiliário , Economia

(Valor Econômico – Finanças – 29/10/2019)

Flávia Furlan

 

Bancos privados devem apresentar mais um trimestre de forte crescimento dos lucros, puxado novamente pelo desempenho positivo da carteira de crédito. Com a mudança no mix de produtos, dando foco a linhas mais rentáveis, as instituições financeiras têm conseguido compensar a perda de receita em atividades ligadas a tesouraria e prestação de serviços, que seguem pressionadas em meio a um ambiente de juro baixo e maior competitividade.

No terceiro trimestre, a média das projeções de analistas consultados pelo Valor aponta para expansão de 16,2% no lucro líquido recorrente dos maiores bancos privados - Itaú Unibanco, Bradesco e Santander -, em relação ao período equivalente de 2018. A temporada de balanços começa amanhã, com a divulgação dos resultados do Santander. O Banco do Brasil não entrou na prévia, pelo fato de boa parte das casas de análise estar participando da oferta de ações do banco, encerrada na semana passada.

No total, os bancos devem mostrar lucro de R$ 17,5 bilhões de julho a setembro, segundo a média das projeções, ante R$ 15 bilhões no mesmo período de 2018. “Esperamos que o bom momento de ganhos para os bancos brasileiros deve continuar, especialmente no negócio de crédito”, destaca o Itaú Unibanco em relatório.

Pelas contas da equipe do Credit Suisse, a carteira de crédito dos grandes bancos privados deve apresentar crescimento médio de 9% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. O maior aumento deve vir do Santander, de 10,2%, para um estoque de R$ 320 bilhões. A carteira do Itaú deve apresentar expansão de 8%, para R$ 573 bilhões, e a do Bradesco, de 9,2%, para R$ 435,8 bilhões.

Os bancos têm a vantagem de trabalhar diferentes linhas de negócios para obter seus resultados: crédito, serviços, tesouraria e seguros. Levantamento realizado pelo Valor Data, com base nas demonstrações de resultados dos bancos de capital aberto Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, revela aumento da fatia das atividades de concessão de crédito e venda de seguros nas receitas dos bancos neste ano, assim como perda de representatividade de serviços e da área de tesouraria.

Na atividade de crédito, ajustes no mix de produtos, avançando em empréstimos e financiamentos para clientes pessoas físicas e micro e pequenas empresas, têm sustentado a rentabilidade dos bancos. Nesse sentido, modalidades como empréstimos consignados, crédito imobiliário e financiamentos de automóveis devem ganhar cada vez mais destaque na carteira das instituições financeiras.

“O aumento do crédito e a mudança na composição das carteiras continua impactando positivamente as margens financeiras dos bancos”, afirma a Eleven Financial Research em relatório. “No entanto, vale mencionar que, em setembro, verificamos aumento do saldo de crédito no segmento de grandes empresas.”

De acordo com o levantamento do Valor Data, a margem financeira com clientes - principal indicador de ganhos com o crédito - voltou a ganhar participação na receita total dos bancos neste ano, depois de recuar de 56,4% em 2013 para 53,1% no ano passado. No primeiro semestre, a fatia da margem financeira com clientes na receita dos bancos alcançou 55,5%.

Outra fonte de receita importante para os bancos, a prestação de serviços em áreas como gestão de recursos e meios de pagamento vem perdendo representatividade. No primeiro semestre, mostra o estudo, os ganhos com tarifas passaram a contribuir com uma fatia de 27% na receita total dos bancos, depois de ter alcançado 29,7% no ano passado, ante 27,8% em 2013.

Esse movimento ocorre devido à redução das barreiras de entrada para novos participantes no mercado, como as fintechs, e pela redução do juro básico. Em uma estratégia para reter clientes no setor de cartões, por exemplo, os bancos têm optado por abrir mão de margens. As principais credenciadoras, controladas pelos grandes bancos, reagiram à maior competição cortando tarifas e reduzindo os prazos de pagamento aos lojistas de 30 para dois dias.

Há ainda um movimento de redução de taxas de administração de fundos, especialmente após repercussão negativa, nas redes sociais, de casos em que o custo se equiparava à Selic, corroendo toda a rentabilidade dos cotistas. A leva mais recente de cortes veio de BB, Santander, BTG Pactual e Banrisul.

Estimativas dos analistas do Itaú mostram que o Bradesco deve ter crescimento das receitas com tarifas de apenas 1,1% no trimestre e 3% no ano, no piso do guidance, que aponta para um avanço entre 3% e 7%. No caso do Santander, a pressão na atividade de serviços deverá vir principalmente do negócio de adquirência. Embora a estimativa para o banco seja de avanço de 13% nas receitas com tarifas em um ano, essa linha deve ficar praticamente no zero a zero em relação ao segundo trimestre.

Já os analistas do Bradesco estimam que, no caso do Itaú Unibanco, as receitas com serviços bancários devem apresentar estabilidade na comparação trimestral, mas crescer 5% na comparação anual.

Outras duas fontes de receita para os bancos, a margem financeira com o mercado - indicador da atividade de tesouraria - também perdeu representatividade neste ano. Depois de passar de 9,8% para 11,4% nos últimos cinco anos, segundo o Valor Data, o peso da tesouraria na receita recuou para 10,3% no primeiro semestre.

Já as operações de seguros e capitalização, que tinham ficado praticamente estáveis entre 2013 e 2018 em 6%, subiram para uma participação de 7,2% nas receitas dos bancos no ano até junho.

Em termos de rentabilidade, os bancos ainda devem apresentar indicadores sólidos no trimestre, em níveis acima de 20%. Mas a tendência é de perda de fôlego dos fatores que minimizaram o impacto da queda da Selic no retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) até aqui. “Chamamos atenção para a deterioração dos retornos, causada por uma reprecificação da carteira de crédito [a taxas mais baixas] e pela crescente pressão em receitas com tarifas”, destacaram os analistas do Bradesco.

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