A construção de imóveis deve retomar em 2018, depois de sete quedas anuais, prevê a consultoria Neoway, que elabora um indicador desse setor com a Tendências, uma outra consultoria.
"A quantidade de metros quadrados a serem erguidos no ano que vem deverá subir 1,2%, e os lançamentos, 25%", diz Cristina Della Penna, diretora da Neoway.
O crescimento ocorre sobre uma base de comparação muito baixa, ela ressalta. O setor passou por sucessivos recuos desde 2012 e, hoje, está em níveis semelhantes aos de 2007.
Os juros mais baixos, o déficit habitacional e o cenário político relativamente estável são os fatores que levam à melhora, afirma.
Durante a crise, os diferentes segmentos de moradias tiveram desempenhos distintos. O de casas populares não sofreu como os outros, e seguirá em crescimento, diz Eduardo Fischer, co-presidente da construtura MRV.
"Imóveis residenciais de baixa renda têm financiamento equilibrado, que é o FGTS, e uma demanda muito forte porque a demografia favorece essa faixa."
A empresa é hoje a que mais constrói no Brasil, e anunciou um plano para investir R$ 50 bilhões em dez anos.
Ela também atuará em um mercado com um perfil um pouco mais alto que o atual: casas de 50 m², com dois quartos. "Na recuperação haverá lançamentos de todos os padrões, porque já faz dois anos que não surge quase nada."