O ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira, e os presidentes dos bancos públicos afirmaram ontem que a concessão de crédito pelas instituições federais está em trajetória de alta, apesar de os dados do Banco Central mostrarem queda no estoque de financiamentos desses bancos neste ano. “Estamos vivenciando uma aceleração nas concessões”, disse Dyogo, em evento no Palácio do Planalto.
O ministro explicou que não se deve confundir o papel dos bancos como gestores de fundos, como o do PIS/Pasep, com a função de ofertar crédito para os clientes. Ele comentou que o papel de ofertar crédito pelos bancos públicos deve seguir as condições de mercado, avaliações de risco e outras questões, sem seguir “postura voluntarista de fazer as coisas ao contrário do que a boa técnica recomenda”.
O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, ressaltou que no primeiro semestre os desembolsos de crédito para pessoa jurídica cresceram 54% e para pessoa física, 117%. Mas ponderou que, como havia um estoque grande de crédito no passado, há queda nos saldos mesmo com aumento nos desembolsos porque são inferiores aos retornos. “O mais importante não é redução na carteira e sim o aumento nos desembolsos”, disse. “Todo crédito que for bom, vai ter briga e o BB vai estar brigando”, acrescentou.
O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, por sua vez, destacou que o banco subiu em 20,7% os desembolsos de crédito imobiliário e que tem notado aumento na demanda por financiamento. “Temos essa percepção de que está sendo retomada a demanda pelo crédito. Os bancos estão líquidos e estamos trabalhando em função disso”, disse Occhi.