A securitização de recebíveis imobiliários consiste na prática de transformar fluxo de pagamentos decorrentes de operações com imóveis em títulos negociáveis e lançá-los ao mercado para aquisição por investidores. Funciona como uma antecipação de pagamentos a ser recebidos para necessidades presentes.
Uma vez esses títulos sendo ofertados e distribuídos nos mercados financeiro e de capitais captam os recursos dos investidores que os adquirem. Esses recursos são transferidos aos detentores desses fluxos de pagamento que assim recebem à vista os valores que seriam recebidos ao longo do prazo.
A prática é bastante comum entre empresários que antecipam o pagamento dos produtos e serviços vendidos no cartão de crédito, por exemplo.
Nesta matéria, vamos explicar como funciona, os motivos mais comuns e os prós e contras de antecipar um recebimento. Continue lendo:
A securitização de recebíveis imobiliários se tornou bastante comum nos Estados Unidos em meados da década de 1980 e tem se tornado cada vez mais popular no Brasil. Também conhecida como Antecipação de Recebíveis, o processo consiste basicamente em antecipar valores os créditos a serem recebidos pela incorporadora ou loteadora.
A empresa que quiser realizar o procedimento pode lançar seus ativos imobiliários no mercado por meio de uma intermediadora financeira, como bancos, financeiras e corretoras, que venderão os ativos a investidores. No caso das securitizações de recebíveis de operações imobiliárias e de operações rurais, inicialmente os recebíveis são cedidos para Cias Securitizadoras. Após vendidos, os fundos captados são transferidos à empresa emissora dos ativos, que receberá o valor.
É comum empresas buscarem tais tipos de retornos imediatos quando precisam realizar reformas e investimentos de infraestrutura, custear gastos não previstos no orçamento planejado ou, principalmente, para financiar novos projetos.
Nestes casos, a empresa tem a possibilidade de adiantar os pagamentos que tem a receber e até mesmo incluir contas a pagar como ativo, dessa forma receberá o valor necessário para cobrir despesas ou os investimentos pelos quais está realizando a antecipação.
As taxas cobradas pelos intermediários financeiros, em muitos casos, são consideravelmente menores que empréstimos consignados pessoais ou empresariais, o que torna o procedimento atrativo para quem busca a liquidez de dívidas ou investimentos.
Por apresentar taxas razoáveis de negociação e riscos baixos, tanto o lançamento dos títulos quanto a compra deles tem se tornado um tipo de investimento interessante para os investidores mais conservadores.
Para quem lança os ativos ao mercado, ter o dinheiro em mãos pode auxiliar na movimentação de caixa e investimentos de crescimento. O procedimento tornou-se então bastante atrativo principalmente para empresas do ramo imobiliário que tentam fugir das altíssimas taxas das operações bancárias de altas cifras.
É importante ressaltar que a securitização de recebíveis imobiliários nem sempre é recomendada. O processo antecipa pagamentos e recebíveis, o que pode resultar numa falta de verba futura para quitação de outros débitos.
É necessário um estudo financeiro detalhado e um planejamento bastante estruturado para que a securitização de recebíveis imobiliários não cause danos nas folhas de pagamento e a geração de mais dívidas.
No caso do investidor, comprar títulos de recebíveis é considerado um investimento de baixo risco e é oferecido normalmente como diversificação de investimentos, com bastante segurança e retorno à médio prazo.
Apesar de assumir o risco do investimento e só poder utilizar o Seguro de Garantia Firme em casos de devedores classificados como instituições financeiras, os investidores têm buscado diversificar seus investimentos e esse tem sido um destino bastante comum para o dinheiro nas vendas de ações e títulos.
Inicialmente, a empresa interessada em captar os recursos decide quais ativos imobiliários decide transformar em títulos para a venda, como vendas a prazo e no cartão de crédito, notas promissórias, boletos vencidos ou a vencer, duplicatas, leasing e outros. Também podem ser incluídos empréstimos, contas a pagar, financiamentos e faturas de cartão de crédito futuras para a captação da verba total.
O intermediário financeiro, como bancos e corretoras, é o responsável pela venda dos ativos ao público investidor. Os títulos são oferecidos aos investidores e após a negociação a verba é transferida à empresa emissora dos títulos descontando-se as taxas e comissões negociadas previamente.
Sem dúvidas, a securitização de recebíveis imobiliários permite a uma empresa (seja construtora, loteadora ou incorporadora) conseguir uma linha de crédito mais vantajosa ao desenvolvimento de suas atividades.