A expansão da incorporadora Tenda para outros mercados será gradual, disse nesta sexta-feira (9) o presidente da companhia, Rodrigo Osmo, durante teleconferência com investidores e analistas sobre os resultados do 4º trimestre. A expectativa inclui Curitiba, praça em que a companhia lançou seu primeiro projeto no quarto trimestre de 2017.
A Tenda já atuava em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife.
Considerando-se a estratégia da incorporadora de ter terrenos para três anos de lançamentos, a companhia ainda precisa fazer mais aquisições de áreas do que o volume que irá lançar.
No fim de 2017, a incorporadora tinha banco de terrenos correspondente ao Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 6,7 bilhões, 50% maior do que o de um ano antes. A Tenda comprou terrenos, no ano passado, com VGV potencial de R$ 3,9 bilhões. O volume de aquisições de áreas deste ano será menor do que o de 2017.
Reversão do prejuízo e margem - O diretor financeiro e de relações com investidores, Renan Barbosa Sanches, disse que o caixa da Tenda tende a aumentar ao longo do tempo. No fim de 2017, a companhia tinha posição de caixa de R$ 498 milhões.
“Nosso modelo é gerador de caixa”, disse o executivo. Considerando-se o patamar de lucro obtido no ano passado, o prejuízo acumulado da Tenda pode ser zerado em um trimestre ou dois trimestres, de acordo com o diretor de relações com investidores.
Nos próximos meses, a Tenda irá definir se fará distribuição de dividendos ou recompra de ações.
Segundo Sanches, a expectativa é que a margem bruta da companhia fique entre 32% e 34% a partir de 2019. No ano passado, a margem bruta ajustada foi de 36,7%, patamar que deve ser mantido em 2018.
A economia de obras tende a ser menor com o aquecimento do mercado. “Isso pode atrapalhar a margem bruta ao longo do tempo”, disse.
A Tenda gerou caixa de R$ 74,9 milhões no quarto trimestre de 2019, e de R$ 239 milhões no acumulado do ano passado. Sanches afirmou que a companhia espera geração de caixa neste ano, mas menor do que a de 2017.
Caixa - Sanches afirmou hoje que as contratações de financiamento à produção da Caixa Econômica Federal continuam sem problemas neste início de ano.
“Houve incertezas sobre capacidade da Caixa, mas há gradual normalização desde dezembro”, disse o executivo.
Segundo o diretor de relações com investidores, o cenário regulatório precisa ser acompanhado de perto neste ano de eleições. A Tenda projeta crescimento em 2017, em decorrência da maior oferta de projetos.
A Tenda registrou pico de processos judiciais no ano passado. As contingências em 2018 serão parecidas com as de 2017, sem considerar efeitos não recorrentes, de acordo com Sanches. A partir do próximo ano, o volume deverá cair.