(Terra – Economia – 29/03/2021)
A pandemia de COVID-19 no Brasil mudou a rotina das imobiliárias e a forma como fazem a intermediação das vendas e administração de imóveis. Mecanismos como visitas virtuais de unidades, assinatura eletrônica de contratos e processos digitais ganham cada vez mais espaço neste mercado. Segundo a Imobi Report (plataforma de conteúdos jornalísticos sobre o mercado imobiliário) o setor imobiliário teve de se reinventar e moldar-se às novas demandas de seus clientes.
Assim, foi necessário criar um novo cenário e oferecer alternativas para proprietários, compradores, locadores e locatários.
"Neste momento em que estamos vivendo o pior momento da pandemia e passando pelas fases vermelha e de emergência, escolhemos, como naquele primeiro momento em 2020, priorizar as vidas, cuidar das nossas pessoas, incluídos aí nossos colaboradores, que estão em home office, e nossos clientes, mas sem arrefecer de nosso propósito de cuidar do morar, da vida em comum e da continuidade dos negócios imobiliários com elevado grau de segurança", afirma o CEO da Lello Imóveis, José Roberto de Toledo.
A administradora e imobiliária paulistana está completando um ano com suas unidades de atendimento comercial da capital e ABC paulista fechadas e, durante esse período de home office total, manteve ativos os negócios de seus clientes, tanto na intermediação quanto na administração de imóveis.
Em março de 2020, quando todas as empresas foram pegas de surpresa e tiveram que baixar suas portas como medida de contenção da disseminação da COVID-19, a Lello, em apenas 48h, colocou mais de 900 colaboradores em trabalho remoto. Isso só foi possível porque, muito antes do início da pandemia no Brasil, a empresa já estava em um firme processo de digitalização dos seus negócios
Como medida de enfrentamento à crise em prol de seus clientes, foi muito satisfatório o sucesso da renegociação à distância de mais R$ 25 milhões em contratos de aluguéis, que propiciou não só a continuidade destas relações, como também o atendimento de locadores e inquilinos que passavam por momentos difíceis. Tal atuação teve como consequência evitar massiva entrega de chaves, conter a inadimplência setorial e a judicialização das questões. E mesmo diante de tantas incertezas no mercado, a empresa conseguiu, em 2020, fechar 20% mais vendas de unidades em relação ao ano anterior.
Para manter as atividades, a administradora e imobiliária ressignificou suas atividades através da aceleração de sua transformação digital baseada em modelos ágeis, e aproveitou essa janela de oportunidade da aderência de seus stakeholders neste processo.
A empresa deu plena continuidade nos negócios imobiliários de seus clientes, por meio de atendimento e visitas de imóveis online, ainda disponibilizando vídeos e tour 360° em seu portfólio de imóveis.
Para agilizar e formalizar os negócios de compra e venda, a imobiliária também adotou a modalidade de contratos com assinatura eletrônica de compra e venda, a exemplo do que já vinha fazendo há mais de cinco anos, com os contratos de locação que intermedia, cuja a adoção já atingiu o patamar 100%. Este suporte permite que negócios sejam formalizados de maneira simples e rápida, seja através de um smartphone, um tablet ou computador, não importando onde as partes estejam.
Em junho de 2020, a Lello se tornou a primeira imobiliária do Brasil no "mercado de terceiros" a intermediar uma compra e venda de imóvel sob suporte eletrônico de ponta a ponta, isto é, desde o compromisso de venda e compra, passando pela escritura e seu registro, sem que o comprador ou o vendedor precisassem comparecer ao cartório.
"Respeitando o distanciamento social, adotamos, além da digitalização dos processos, uma logística de apoio remoto aos clientes, e conseguimos manter o ritmo dos negócios, com a evolução constante no número de contratos de locação e aumento na venda de imóveis, estimulada pelo crédito imobiliário com taxas mais baixas", afirma Toledo.
Desde outubro de 2020, quando o IGP-M/FGV, índice mais utilizado para o reajuste dos contratos em curso, passou a se descolar dos demais índices inflacionários e, principalmente, da variação de preços das novas locações, a imobiliária desenvolveu um sistema eletrônico de negociação para que locatários e locadores mais uma vez fossem estimulados à autocomposição e ao exercício da empatia, evitando, ainda, o desequilíbrio dos contratos.
Foram concedidas as opções de não reajustar, reajustar pelo IPCA, oferecer outro valor ou, ainda, aplicar o IGP-M, sempre a depender da situação concreta. A iniciativa foi muito bem recebida por ambos os lados, e os clientes ficaram muito satisfeitos com a proatividade. Foram diversos os depoimentos neste sentido.
Já em janeiro deste ano, a Lello decidiu adotar a mudança do índice de reajuste dos novos contratos de aluguéis residenciais e comerciais firmados entre proprietários e inquilinos, do IGP-M/FGV para IPCA. O objetivo foi reduzir o impacto dos reajustes nas relações locatícias, uma vez que o IGP-M acumulou alta muito acima da média, e estimular contratos, acelerando a velocidade das locações.