A indústria cimenteira estima entre duas e três semanas para voltar à normalidade após o fim da greve dos caminhoneiros. Na sexta-feira, as empresas estavam conseguindo escoar apenas 5% do volume diário que costuma fazer, disse ao ValorPaulo Camillo Penna, presidente-executivo do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC). Isso representa 10 mil toneladas ao dia, considerando que o setor vinha despachando cerca de 200 mil toneladas diárias.
"Toda a cadeia produtiva do cimento foi afetada", disse Penna. Segundo ele, não estava chegando às fábricas coque (que é importado), óleo diesel, gesso, areia e bauxita, insumos considerados fundamentais à fabricação. O setor tem cerca de 100 unidades produtivas espalhadas pelo país.
Penna informa que 96% do cimento distribuído no país é feito pelo modal rodoviário. "Por isso, estimamos esse prazo para o recebimento de insumos e o despacho voltarem ao normal, até a logística ser restabelecida", afirmou.
Nos últimos três anos, o setor sofreu retração de 25,5% no consumo de cimento devido à crise econômica do país. A expectativa era que a queda começasse a ser revertida neste ano, com alta de 1% a 2% sobre as 53,55 milhões de toneladas de 2017. A virada era esperada já a partir deste trimestre. Certamente, ficou comprometida, disse.