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Tecnisa negocia com bancos soluções de capitalização

06/06/2019 / Categorias Mercado imobiliário , Economia

(Valor Econômico – Empresas – 06/06/2019)

Maria Luíza Filgueiras e Chiara Quintão

A incorporadora Tecnisa está discutindo com bancos de investimento possíveis soluções de capitalização, apurou o Valor. A companhia já teve reuniões com BTG Pactual, Safra, Itaú BBA e Santander, mas ainda não fechou assessoria financeira ou formato de operação. Várias possibilidades estão na mesa, neste momento, conforme três fontes, incluindo a busca por um sócio investidor e até uma nova oferta primária de ações (follow-on). Procurada, a Tecnisa não se pronunciou.

Com geração de caixa desacelerando e vencimentos de dívida se aproximando, a companhia precisa continuar a reduzir sua alavancagem e ter caixa para fazer novos lançamentos - assegurando que o ciclo de negócio da empresa continue. Nas contas de um banco próximo à empresa, a Tecnisa precisaria de cerca de R$ 200 milhões de injeção de capital para ficar com uma situação financeira mais estável.

Parece pouco, mas não é: isso representa, por exemplo, quase metade do valor de mercado da companhia, de R$ 420,6 milhões, na B3. Essa conta leva em consideração que a metade da dívida corporativa da empresa vence em 2019 e 2020 - são vencimentos de R$ 204 milhões da dívida corporativa de R$ 403 milhões. Da dívida líquida total de R$ 451,1 milhões, os vencimentos até o fim do ano que vem totalizam R$ 343 milhões.

No entanto, a empresa gera menos de R$ 100 milhões de caixa por ano. Em 2017, a geração havia sido de R$ 130 milhões, em 2018, de R$ 89 milhões e, no primeiro trimestre, chegou a R$ 73 milhões. Praticamente sem fazer lançamentos nos últimos anos, o ritmo de capital a receber de clientes também acaba caindo. A conta a receber de consumidores foi de R$ 78,9 milhões, no primeiro trimestre, ante R$ 203,7 milhões no mesmo período de 2018. Conforme o balanço, a empresa tem ainda R$ 61 milhões de contas a receber de clientes, em 2019, e R$ 5 milhões em 2020.

A situação financeira da Tecnisa não está em seu pior momento histórico, mas é delicada. "Em relação à geração de caixa, sua alavancagem é de quase seis vezes", diz uma fonte. Isso dificulta à companhia recorrer ao mercado de dívida - ou pelo menos a preços competitivos. "O ideal para a empresa hoje seria um 'private placement'", diz um executivo de banco, referindo-se a um investidor que entraria como acionista na empresa.

Segundo fontes, o principal acionista, Meyer Nigri, estaria considerando uma emissão primária de ações - mas, num montante de R$ 200 milhões e com ações com desvalorização de 12,41%, neste ano, a diluição seria brutal. "Primeiro, é um volume muito baixo para um follow-on", diz uma fonte. "Segundo, o fundador e administrador ficaria tão diluído a ponto de colocar em risco, para os demais investidores, seu interesse de permanecer nessa companhia", acrescenta.

A injeção de capital não precisa ser nesse total de R$ 200 milhões, uma vez que algum capital já ajudaria a reduzir a situação de alavancagem - permitindo nova emissão de dívida, por exemplo, ou melhor condição de rolagem das dívidas atuais.

De acordo com fonte próxima à Tecnisa, porém, a companhia consegue se manter de pé e tem buscado recursos com o objetivo de voltar à crescer neste momento de melhora do mercado imobiliário.

Paralelamente às conversas com bancos de investimento, a companhia mantém a estratégia de venda de ativos, com foco na comercialização de estoques. A estratégia abrange a venda de terrenos, como o de Guarulhos (SP), que teve forte contribuição para que a receita líquida da companhia crescesse 90%, no primeiro trimestre, para R$ 112,4 milhões. Segundo fontes, Nigri não descarta nem mesmo se desfazer de sua participação majoritária no Jardim das Perdizes, em São Paulo, desde que consiga o preço almejado.

No início de maio, a Tecnisa lançou um projeto com Valor Geral de Vendas (VGV) total de R$ 118 milhões, com parte própria de R$ 24 milhões. A incorporadora não apresentava novos projetos ao mercado desde o último trimestre de 2016. Além do lançamento feito há um mês, a Tecnisa terá mais dois projetos em parceria com o fundo Olympus RE II FIP, que é majoritário nos empreendimentos. 

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